Páginas

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Uma princesa rock n’ roll

Esqueça as longas madeixas, a mais alto torre e todos os demais elementos românticos que compõe os contos de fadas tradicionais. RapunzeLee é mimada, persuasiva e durona, além de ter sua história embalada por muito rock n’ roll através das letras de Rita Lee.

RapunzeLee é uma releitura urbana do clássico infantil publicado em 1812 pelos irmãos Grimm, na Alemanha. Na visão do autor e diretor Kadu Veríssimo, a princesa perde seus traços de “encantada” e adquire características e trejeitos de uma jovem tradicional do século XXI.

Sua história tem início com a vontade da bruxa Nena (Luiz Fernando Almeida), mãe adotiva da princesa, de contar sua versão sobre os fatos. Ao contrario do clássico infantil, Nena ama e mima a menina, além de se derreter completamente quando escuta a palavra “mamãe”.

E é por conhecer o ponto fraco de Nena que RapunzeLee (Junior Brassalotti) usa e abusa da chantagem emocional para conseguir o que quer: seja um cabelo novo e mais bonito, até mesmo a oportunidade de viver um amor.

O musical é embalado pelas canções de Rita Lee, fazendo assim uma homenagem tanto à primeira-dama quanto ao próprio rock nacional. A história é conduzida através de canções como “Ovelha Negra”, “Coisas da Vida” e “Chega mais”. Tirada de sua família ainda bebe, a princesa cresce rebelde em companhia da bruxa. Certo dia, cansada de sua vida solitária na torre, RapunzeLee se encanta por um rapaz que circula de bicicleta pela redondeza (Rafael Souza).

Além do elenco principal, o personagem que rouba algumas vezes a cena é Steves, interpretado por Elias Tomais - a voz por trás da narração e pelo arranjo musical da peça. Steves desempenha o papel de conselheiro para os atores em cena - uma espécie de “voz da consciência”. Ainda na trilha sonora está o músico Marquinho Silvino e o próprio diretor Kadu Veríssimo, que arrisca como backing vocal.

O público interage constantemente com a apresentação, desempenhando papéis que vão desde plantações de rabanetes até o de parteira improvisada. A magia de Rapunzelee está em interagir e entreter crianças e adultos, lidando com temas atuais e promovendo reações diferentes em ambas faixas etárias. Desenvolvida para ser ambientada em espaços alternativos nos moldes do teatro de rua, RapunzeLee acerta por mesclar musica, coreografias e verdadeiras acrobacias em um andaime, para contar a tradicional história da princesa encarcerada na torre.

Porém,  o ponto de vista da bruxa e a personalidade forte de RapunzeLee fazem com que uma nova história seja contada: misturando os elementos tradicionais e modificando as posturas dos personagens já conhecidos pelo grande público. Como todo conto de fadas que se preze, no final, o amor vence! Mas aqui, o “felizes para sempre” é substituído por um “se não der certo, a gente separa”.

Simples assim.




Nenhum comentário:

Postar um comentário